Num país como o Brasil, cuja carga tributária é surreal, sabemos o que é trabalhar só para pagar impostos; como bons britânicos, que desde Robin Hood gostam de tripudiar com o tema, os Stones resolveram fugir do Reino Unido, uma vez que eram acossados pelo fisco; o paradeiro foi "Nellcôte", uma vila alugada pelo guitarrista Keith Richards, em Villefranche-sur-Mer (Costa Azul).
Nesta época, Richards atravessava um de seus períodos mais críticos em relação à dependência de heroína e precisava de um refúgio. Dadas tantas adversidades, nada indicava que poderia sair algo bom neste disco (o décimo de estúdio do grupo), porém o disco do “exílio” foi maravilhoso e agora, a prova é definitiva, com o material bônus incluído nesta nova versão. As “sobras” são tão legais quanto o material da versão original e só provam que eles tinham canções demais para escolher, e na época, um disco duplo já era um luxo! Por ocasião do lançamento, o disco estourou e o single "Tumbling dice" estreou no topo das paradas.
Desde então, este disco foi o mais apreciado pela crítica e consta obrigatoriamente nas listas dos melhores álbuns da história. O disco trouxe a mistura de rock, blues, country e gospel na medida exata, como nunca antes o grupo fizera. O disco foi produzido por Jimmy Miller, que já tinha trabalhado nos discos anteriores da banda. Os Stones, então, traziam, além de Jagger e Richards, o excelente guitarrista Mick Taylor, o baterista de sempre, Charlie Watts e o baixista Bill Wyman, que desistiu, voluntariamente, dos Stones em 1991; ainda, além da banda, estavam o pianista Nicky Hopkins e o saxofonista Bobby Keys.
Este disco consegue oferecer o mais puro e sincero rocK and roll e mostrar por que os Stones merecem a posição que têm no mundo da música. Para os fãs, mais uma vez, vale a compra (já devo ter umas quatro versões) e para os que ainda nunca tiveram, pode-se dizer que valeu esperar 38 anos!
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